guetto.txt

Era uma noite banal em Lisboa, uma de tantas mil que lá foram vividas. Nessa noite, banal, de céu claro mas pacato e de azul superficial mas mascarável apesar do frio da noite de Março- Recebi um desafio para ir aos Anjos70 no Intendente em Lisboa. Foi a primeira vez que lá meti os pés e nessa noite o meu afilhado de faculdade, o Parreira, estava a tocar guitarra à desgarragada com portugueses e brasileiros, ele que há pouco tempo se tinha inscrito num curso de Jazz, era maravilhoso ouvi-lo tocar. Com mais ou menos harmonia a sintonia se ia compondo, e eu no meio fotografando, e bebendo e procurando os meus amigos. O ambiente era boémio, o mar de gente tornava difícil chegar ao balcão do bar, a caminho tirei umas 2 fotos de merda e lá consegui encomendar uma imperial que estava morta, enquanto segurava e fazia equilibrismo alcoólico naveguei para o que era para mim o "coito" do sítio; planeava fumar um cigarro, estender o casaco, beber a cerveja e tirar umas quantas fotos, o que acabou por acontecer.
Isto estamos a falar circa Março 2018.
Estava então a navegar pelo lago de gente que era aquele espaço então quando ouvi
uma voz antiga a chamar por mim, eu, enfeitado de uma corrente de prata com um Sol e uma Lua, ao pescoço.
A Sophia chamou-me, eu ouvi, como penso ter ouvido muitas vezes antes e parei, parou tudo também.
What's your name e bla bla bla, tirei uma foto a essa míuda negra e à amiga Alemã, 2019 everybody.
Tirei uma foto a ambas e adorei conhecer aquela miúda com aquele tom de pele escuro, avelã, madeira de cerejeira, cecilieira.
Cruzei-me com ela quando ia para o Desterro, cruzámo-nos no hall daquele Salão/Garagem que eram os Anjos70, disse-lhe qualquer coisa tipo perguntar para onde ia a seguir, o habitual,não me lembro o que me retornou,

mas lembro-me dos olhos.
Liguei-lhe, combinámos para outro dia.
O resto eu lembro-me