Retroceder

May 12, 2023

Poema das cores.txt


Caminho a ver em cores
para onde olho sinto nelas odores
piso a floresta, desvio-me das àrvores
Esses verdes tão diferentes
Banhados pelo Sol ardente
Cai tão rápido e indiferente
Abri outro caminho de olhos fechados
Assim o escuro ilumina-se dos outros sentidos
Cheiro um pinheiro à minha frente
Um pássaro canta contente,
A minha saliva pesada da sede.
O Sol o sábio queimou-me os lábios,
Passo-lhes com língua para sentir o  ar húmido da noite.


Caminho a ver a preto e branco, não me importo muito porque a determinada altura pensei que fosse ver tudo apenas preto; assim ainda podia fotografar e cada vez que carregava naquele botão a luz entrava queimando o rolo e a cabeça.

Hoje tenho um caminho para fazer, mas sem pressa, já o conheço há muito tempo. Esta semana já o comecei duas vezes, todas as semanas o tento fazer sete vezes e por isso o tempo é so do caminho, não há tempo a perder. No meu caminho há flores, àrvores e cores, também há amor, escuro e terrores; há dunas, luas, florestas, gatos, cães e pássaros, lagos, sapos e sapatos gastos.